Cassilândia
Ângela Aparecida de Almeida: uma vida no Alto Tamandaré
A pioneira do Alto Tamandaré compartilha sua emocionante jornada, desde a infância na roça, ando por um casamento "trocado", até encontrar na música a superação da dor e a realização de um sonho, cantando sertanejo e levando o nome de sua amada comunidade

No programa "Rotativa no Ar" desta quarta-feira (11/06), a Rádio Patriarca entrevistou Ângela Aparecida de Almeida, uma figura emblemática do Alto Tamandaré, distrito de Paranaíba, cuja vida é uma verdadeira novela repleta de experiências e superações. Nascida na Fazenda Morangas, em Cassilândia, ela mudou-se para o Alto Tamandaré aos 7 anos, em 30 de abril de 1970. À época, a localidade era um "puro cerrado", sem estrutura, e sua família foi uma das primeiras a se estabelecer no interior da comunidade.
A Vida no Alto Tamandaré: Ângela recorda uma infância de trabalho na roça, plantando, colhendo e cuidando de animais. A doação de terras pela "Dona Branca" possibilitou a formação da comunidade. As primeiras construções públicas foram um posto de saúde e, posteriormente, um grupo escolar, onde ela estudou. Tamandaré, que hoje conta com cerca de 412 habitantes (segundo a Semadesc), já foi mais populosa, atingindo talvez mais de 500 pessoas, e teve um período de maior desenvolvimento entre os anos 80 e 90, com banco (Bradesco), açougue, farmácia, pensão e até laticínio. Ela expressa o desejo de que o distrito receba uma indústria ou empresa para gerar empregos e evitar que a comunidade "morra", sonhando com a anexação do distrito a Cassilândia para impulsionar seu crescimento.
Sua paixão pela música, presente desde a infância, encontrou um propósito profundo na dor. Há cinco anos, após perder um neto, ela entrou em uma depressão profunda, que a levou a buscar tratamento e a encontrar na música um caminho de superação. Seu marido, ciente de seu amor por cantar, comprou-lhe um som, e ela, com o auxílio de um notebook, começou a ensaiar. Ela também é irmã dos "Mensageiros da Fronteira" (Zé Geraldo e Zé Gilberto) e prima em segundo grau de Creone, evidenciando o talento musical na família.
Ângela Aparecida de Almeida, que se considera uma "cassilandense" que se tornou a primeira moradora do Alto Tamandaré, deixou uma mensagem de gratidão à Rádio Patriarca, à sua amiga Elsa Barbosa pela indicação, e à sua família e amigos, com a esperança de que a história de sua comunidade seja ouvida pelos políticos para que o distrito continue crescendo.
Confira a íntegra da entrevista, no vídeo abaixo: